sexta-feira, 28 de maio de 2010

O poeta está vivo

Caçando as alegrias escondidas e escondendo as dores assim perdidas,pergunto-me a qual vitória mereço o prêmio.A de viver do luxo de ser feliz ou ser um mero mágico aprendiz?
Transformo dor em alegria,amor em dor.Choro com palmas e palmas são irônicas para mim. Sou um bicho complexo eu confesso. Com um pé atrás com os que me querem bem, pois as rosas não falam, nem mal nem bem.
Não tenho virtudes,nem sabores, sou um cachorro vagabundo que vive do cheiro da noite e grandes amores. Passageiros e defeituosos. Sou a última gota da garrafa, a última mesa a ser retirada com a porta fechada.
Tenho meus sonhos irreais,banais,carnais,canibais... E vivo! Nesse rosto marcado pela vida,nessas mãos indócis a falar.
Minha gratidão é possuir a minha essência.O que concretiza a minha tese de que possuo alma de poeta e isso definitivamente dura muito mais do que uma mera aparência.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Por você vou roubar os anéis de saturno .

- Mas por que você tá gritando ?
- Porque eu tô com ódio de você cara. Sabe o que é isso ? ÓDIO ?
- Você definitivamente é maluca. Louca, pirada, lélé.
- Então vai embora antes que eu agarre na sua orelha e arranque um pedaço.
- Aaah agarra !!!
- Sem piadas por favor, o momento não é propício.
- Eu ia gostar se você arrancasse um pedaço. Mas pequeno, por favor.
- Tá. Foda-se !
- Linda.
- Babaca!
- Gostosa!
- Idiota.
- Te amo tanto sabia ?
- ...
- Sabia ou não sabia ?
- Me dá um beijo logo seu estranho.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O início de uma história ainda sem fim

O termômetro marcava menos dezoito. O relógio badalava avisando o começo de um novo dia. Na cidade, só a intensa fumaça que saía das chaminés dos pequenos casebres. A neblina e a fumaça se misturavam formando uma parede completamente palpável. Do alto, só se via um colchão branco, fofo e macio que fazia com que a cidade parecesse estar mergulhada em nuvens.
A singela paisagem era o que Walter observava todos os dias da sua casa, no pico da montanha. A casa se destacava de todo o resto porque além da sua localização peculiar, sua estrutura de castelo, com um enorme lago na frente, grandes portões e uma solitária janela no último andar serviam para a criação de misteriosas e aterrorizantes histórias que rondavam a boca do povo, em bares e em cantigas de escola. Walter morava sozinho e tinha quatro gatos que perambulavam os quatro andares da casa. Sua história era complicada. Aos 20 anos perdeu seus pais e seus três irmãos para a segunda guerra mundial. Porém, por incrível que pareça, contava friamente sobre o assunto aos que perguntavam.
Walter aprendeu a se virar sozinho e sozinho ele continuou a viver. Guardava consigo memórias da família. Seu pai era um militar eminente, disciplinado, e o ensinou a atirar desde pequeno. Aos dez anos Walter acertava as últimas folhas do galho com uma precisão de amedrontar qualquer militar e que ao mesmo tempo promovia um sorriso nitidamente orgulhoso na face do mestre. Seu pai dizia possuir um tesouro escondido na casa e sempre dava algumas pistas para Walter tentar achá-lo. No entanto, ele nunca conseguiu, pois as pistas eram entregues de pouco a pouco, a cada mês, a cada ano e com a morte da família ele estagnou provavelmente na metade do caminho. Sua mãe era forte, possuía uma voz de comando, alta e grossa. Quem ouvia de longe às vezes até confundia o grito dela com o do pai.
Não possuía grandes amigos além dos gatos. Preferia mais observar do que propriamente falar. E foi em uma conversa de bar que toda a história surgiu. Eu era apenas um garçom que atendia-o todas as noites por volta das sete horas da noite, mas nesse dia Walter estava com os olhos secos me lembro. A boca rachada do frio,as botas desamarradas e as mãos duras que nem uma madeira.
Ele se sentou e ficou por uma meia hora ali sentado,parado.Foi quando eu perguntei intrigado :
- O que o senhor deseja ?
- O prato da casa. Palavras envenenadas e ríspidas com uma pitada de desejo, sem açúcar... Sente-se, por favor.


Cap 1 - O prato da casa
Úrsula Castro

Bukowski me entende ...

"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.

eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.

eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.

você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.

oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles
estão lá ...

e eu estou aqui."


Charles Bukowski .

Ele resumiu tudo. E hoje, merece o espaço aqui .

domingo, 16 de maio de 2010

Solos de guitarra não vão me conquistar .

Quando ele olha,parece
Que tudo se congela e que só ele pisca.
E quando pisca meu coração bate
Na mesma hora, sem atrasos.


Quando ele fala o que quer que seja
Sua voz é a mais alta, mesmo sendo um sussurro.
Teu sorriso é uma explosão.
A mais bela que já vi.


Tudo está mais intenso,mais vivo e com mais prazer.
A chuva criou cor,as palavras viraram livros.
O amor é um doce.
O doce do vício.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dias sim , dias não ...

E eu vou sobrevivendo sem nenhum arranhão!

Seria mais prático acreditar no futuro premeditado,no mapa já traçado ou no que o horóscopo me alertou. Mas sabe,apesar das feridas que carrego causadas pelas diversas surpresas do destino,carrego junto coroas! Coroas brilhosas e reluzentes que pra quem olha de longe acha que é um trófeu.E eu, sinceramente também acho.
O destino incerto é como se fosse renascer todo dia. E o engraçado é que mesmo sabendo que nada vai ser aquilo que nós estamos pensando, ainda teimamos em traçar o que não pode ser traçado. A verdade é que gostamos de nos iludir em uma realidade fútil e infantil que as nossas cabeças tolas e sonhadoras nos deixam levar.
Seria essa a graça do destino incerto? A nossa teimosia perante a ele? Ou seria na verdade uma forma de obsessão em sermos sempre donos de si?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bota no espelho.

Folhas rasgadas,mentiras apagadas.
Amor sem virtude e desejo sem calma.
Já não sei mais o que é sorrir ou aceitar.
Apagar as luzes e ver o sol raiar.


Guardei os meus versos em um pequeno armário.
Hoje em dia só vejo apenas o cenário.
Cadê os versos ? Cadê o armário ?


Eu inventei tudo.Tudo ao contrário.

domingo, 9 de maio de 2010

Bobeira é não viver a realidade ...

As mudanças que sempre tão necessárias nos proporcionam a sensação do vazio e do tudo de novo.A largada,o começo. Só o vento batendo no rosto e as tantas perguntas que se fundem em nenhuma pergunta.Uma serenidade tão plena de espírito que pareço estar cobrindo com dez cobertores os meus sentimentos aguçados.
A palavra mudança em si se concretiza e se materializa em minha cabeça na forma de um portão com flores,árvores vivas e verdes que dançam ao ritmo do vento.Não vejo escuridão,solidão,medo,receio. Não,não vejo.
Acredito na sorte das coisas. No improvável correto e na arte pela arte. E talvez por esse meu sonho insaciável ser puramente insaciável que eu corra contra o tempo com medo de que algum dia ele não corra mais atrás de mim. E que a maior das frustrações seja catá-lo arduamente,a cada esquina,a cada idéia e não o mais encontrar.
Prefiro acreditar no coração das escolhas e na essência das coisas. Sou muito mais essência do que hábito.Muito mais bússola quebrada e direção do vento do que bússola indicando o Norte ou Sul.
Prefiro acreditar que estou fazendo e não apenas sonhando.Não só escrevendo como atuando a minha própria vida. Acreditar que estou me achando! E se não estiver,que eu me perca então! Me achar nunca foi uma prioridade.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Todo dia é hoje.

Hoje eu acordei com calor com malícia,com amor com carícias,com verdades e mentiras.
Hoje eu sonhei com um chão sem asfalto,com abajur desligado e risadas pro alto!
Hoje eu trabalhei como se fosse pra ganhar, ganhar o já usado, as flores e os cravos.
Hoje eu corri sem ter despedida, agarrei a minha vida e do seu pé não vou soltar.
Hoje é sexta-feira,dia de bebedeira.Bem,eu sou suspeita, mas hoje É sexta-feira!
Hoje eu acordei com a mão no mundo e o mundo na mão, com apenas o sim e nada de não!
Hoje eu sou fiel a todos os meus sentimentos, aos grandes momentos e aqueles que vão passar.
Hoje eu me prometi amar por um segundo, ser feliz pra Deus e o mundo porque nada será capaz de me abalar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Risadas

Já acreditei em um momento. Hoje em dia acredito em vários.
Porque nos olhos que vejo sinto equilíbrio. Não mental,muito menos formal. Equilíbrio de almas eu diria.Em assuntos paralelos ou problemas diversos eu recorro a você. E muitas vezes sem saber o que dizer,você ri. E logo após eu também .
Já nos perguntamos dos nossos tons de risadas e ainda espero ver os de ameaça.
Não quero entender o porque disso tudo.
O mundo dá voltas meu camarada!
E quem viveu,viveu. A vida é esse ciclo e mais nada .

domingo, 2 de maio de 2010

Hábitos

Eu acordei,ele acordou,ela acordou em um dia nublado.
Eu levantei,ele ficou,ela continuou em uma cama macia.
Eu me arrumei,ele dormiu,ela pensou em alguma poesia.
Eu trabalhei,ele dormiu,ela pensou em alguma poesia.
Eu comi,ele dormiu,ela pensou em alguma poesia.
Eu vi televisão,ele dormiu,ela pensou em alguma poesia.
Eu dormi,ele acordou,ela levantou.
Eu dormi,ele dormiu,ela escreveu.
Eu dormi,ele dormiu,ela rasgou.
Eu acordei,ele acordou,ela dormiu.


Úrsula Castro

sábado, 1 de maio de 2010

Caramba , não !

Não,não,não . Eu já não quero mais tentar,desistir de ser feliz pra tentar se aventurar? E do que a vida vale nesse esquema de abalar, se você não faz jus ao seu sistema de amar!
Não,não,não . Eu já não quero mais sofrer,passar por essa vida e ter medo de perder? Eu prefiro ser fiel com aquilo que já tenho e depois viver do resto,do resto que desdenho.
Não,não,não . Eu já não quero mais amar,a vida é muito curta pra eu poder desperdiçar .
Um gesto bem singelo, de carinho bem sincero, eu te peço meu amor, por favor, eu não quero!